INVERSE (28.06.2023) – Anthony Mackie não joga videogame. Ele os vive. Provando esse ponto: um acidente de carro cinematográfico no final de maio que o deixou sem arranhões mas destruiu seu carro.
“Dirigir em Atlanta é o melhor videogame que você já jogou na vida,” Mackie me conta duas semanas depois, se aconchegando com tacos e margaritas numa tarde com sol. “É literalmente Twisted Metal.”
Falaremos logo sobre sua adaptação da Peacock do jogo de combate veicular dos anos 90, junto de seu papel como estrela de Capitão América 4, que é o que o traz para Atlanta. (Nosso almoço de 90 minutos está no meio de um sanduíche entre um dia de “coisas de tela verde” e uma tarde passada memorizando roteiros.) Mas antes, o acidente de carro.
“Eu tinha acabado de sair do trabalho,” o ator de 44 anos diz. “Eu comprei algo para comer e estava voltando para casa. Estava fumando um charuto. Estava dirigindo devagar. Estava aproveitando a vida, escutando Whitney Houston. Era uma ótima noite”
Então, outro carro se aproximou dele a uma velocidade que Mackie acredita ter sido facilmente de 100 milhas por hora. Ele se moveu para a faixa do meio para que a outra motorista pudesse passar, mas ela perdeu o controle e houve contato. Em seguida, ela virou o volante demais, desviando para a direita e girando contra a barreira de proteção. “A frente do carro dela simplesmente implodiu. Boom.” O impacto separou o eixo dianteiro e dois pneus do resto do veículo e os lançou diretamente para a faixa do meio. Bem na frente de Mackie. Ele olhou para a esquerda, viu um carro se aproximando na faixa de junção e tomou sua decisão com uma velocidade sobre-humana: ele dirigiu direto contra o eixo.
“O carro passou por cima do eixo e atingiu o pneu, e o eixo me levantou e me lançou no ar”, diz Mackie. Ele ri enquanto conta essa história, mas o riso está tingido de alívio. “Então eu voei. Estava alto o suficiente para olhar para baixo no carro dela.”
Quando o carro finalmente pousou, o capô voou e passou por cima de sua cabeça. “Foi a sequência mais louca de eventos que já experimentei.”
Passaram-se apenas algumas semanas desde o acidente, mas Mackie conta animadamente a história como se fosse um vídeo engraçado que ele viu no YouTube (e não uma experiência real de quase morte), enquanto lutamos com os cardápios de QR code em uma mesa ao ar livre em uma movimentada rua de Atlanta. Não vou mencionar o local para evitar chamar muita atenção, porque é uma parte crucial da rotina de folga de Mackie. “Este é o meu restaurante favorito”, diz ele. “Meu bar de vinhos fica ao lado. Minha academia fica ao lado. Meu bar de charutos fica ao lado. Meu restaurante de jantar favorito fica ao lado. No domingo, começo por aqui e sigo pela rua.”
Mackie divide seu tempo entre Atlanta (onde trabalha) e Nova Orleans (sua cidade natal, onde seus quatro filhos vivem com a mãe deles). Ele tentou abrir uma franquia de seu adorado restaurante mexicano de Atlanta em Nova Orleans, mas os proprietários não estavam interessados. O ator possui um bar com alguns amigos em Beverly Hills e costumava ter outros dois em Nova York. E então há a “carro chefe” da operação.
“Eu tenho um bar gay em Nova Orleans que é o orgulho dos bares gays”, diz Mackie. “Meu irmão e seu marido disseram: ‘Precisamos de um lugar para festejar’. Eu disse: ‘Vamos abrir um lugar para lugar pra festejar pra c*ralho.”
Mas sua ambição mais louca no mundo de bares e restaurantes ainda não foi realizada, por enquanto.
“Eu queria abrir um restaurante chamado Fusion Confusion”, ele continua. É inspirado em algumas de suas próprias receitas. Ele me conta sobre seus tacos de soul food: ossos de pescoço de carne cozida estilo Nova Orleans com batatas, legumes e um pouco de molho em uma casca de taco. Também há os “tacos etíopes” e o “sushi de soul food”.
“Toda vez que faço isso, deixa as pessoas perturbadas.”
Perturbar as pessoas também acontece de ser o objetivo de Twisted Metal. Se você não cresceu jogando videogames no final dos anos 90, saiba que a série é uma espécie de demolição sem enredo, onde o objetivo é assassinar seus oponentes.
Para Mackie, um “gamer da velha guarda” que parou de jogar depois de Frogger, Donkey Kong e Super Mario, a oportunidade de atuar como produtor executivo da série foi um atrativo maior do que o material original. Mackie diz que ajudou a moldar o protagonista, John Doe, um “Entregador de Leite” de língua afiada e amnésico que transporta pacotes entre cidades fortificadas e por um cenário pós-apocalíptico infernal. “Assim que entrei no projeto, eles adaptaram ao meu senso de humor”, diz ele. “Sou muito excêntrico e sombrio. Isso influenciou muito o personagem John Doe.”
O empresário de Mackie há 23 anos, Jason Spire, diz à Inverse: “O programa oferece ‘um lado de Anthony um pouco mais leve, divertido e sarcástico’. Ele é muito conhecido por seu trabalho dramático, mas raramente é destacado por seu humor. Acredito que é aí que as pessoas vão ficar realmente surpresas e impressionadas.”
Um personagem secundário nos jogos originais, John Doe de Mackie guia o público pelo mundo extravagante de Twisted Metal, repleto de saqueadores e canibais, cujo mascote inegável é Sweet Tooth. Ele é um palhaço assassino em série que dirige um caminhão de sorvetes. (No jogo, uma torre de fogo constantemente se eleva do topo de sua cabeça.) Will Arnett dubla o personagem, embora Mackie tenha gravado suas cenas com o lutador profissional Samoa Joe (nome verdadeiro Nuufolau Joel Seanoa), que realiza a performance física. “O que o Samoa Joe estava fazendo, era incrível o quão bom ele era, mesmo não sendo um ator e sabendo que seria dublado”, diz Mackie. “Ele se entregou 100% nessa m*rda”.”
“Obviamente, este é um gênero de entretenimento muito novo para mim”, diz Seanoa à Inverse. “Anthony não poderia ter feito uma transição mais tranquila. Ele estava no set o tempo todo, oferecendo qualquer conselho que pudesse. Se eu estava lendo para a câmera, ele era o cara fora da tela lendo de volta para mim. Ele queria deixar todos confortáveis, desde os atores até a equipe. Ele é apenas um daqueles caras que fazem todos os pequenos trabalhos extras.”
Deixando de lado os palhaços assassinos, Mackie acredita que Twisted Metal está chegando exatamente na hora certa, devido à sua mensagem política não tão sutil sobre um mundo onde poucos sortudos vivem em mega-cidades utópicas, enquanto todos os outros lutam para sobreviver na selva.
“Estamos lentamente nos tornando os que tem e os que não tem na vida real” ele diz. “Estamos vivendo nessas comunidades fechadas, em bairros inacessíveis. De verdade, está se tornando uma guerra de classes na vida real. É para isso que a série aponta.”
Anthony Mackie pensava que seria o Pantera Negra.
Antes de ser escalado como Sam Wilson (também conhecido como Falcão) em Capitão América: O Soldado Invernal, Mackie já era uma estrela em ascensão. Um de seus primeiros trabalhos depois de se formar na Juilliard em 2001 foi como substituto de Don Cheadle em uma peça off-Broadway em 2002. No mesmo ano, ele interpretou o principal antagonista em 8 Mile e trabalhou com os diretores Spike Lee (She Hate Me, 2004) e Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror, 2008). Ele se encantou com Gigantes de Aço, o adorado drama de ficção científica de 2011 estrelado por Hugh Jackman sobre robôs boxeadores. (Nesse sentido, Mackie diz que liga para o diretor Shawn Levy uma ou duas vezes por ano para pressionar pelo aguardado sequência: “Deveria ter sido uma trilogia. Deveriam ter sido três ou quatro filmes juntos.”) Então, no início dos anos 2010, Mackie mirou na Marvel.
“Eu estava falando muito com a Marvel sobre Pantera Negra,” ele diz. “Eu tinha escrito cartas para eles. Estava tentando achar um jeito de eles fazerem Pantera Negra. E eu queria ser o Pantera Negra porque quando era criança, eu amava o Pantera Negra para ca*alho.”
Finalmente, ele teve sua chance. O estúdio ligou para seu agente e organizou uma reunião entre Mackie, Nate Moore (produtor da Marvel Studios), e Joe e Anthony Russo (a dupla de diretores por trás de dois filmes do Capitão América e dois filmes dos Vingadores, mas não do Pantera Negra). A reunião foi exatamente como você pode esperar do ultra-secreto Universo Cinematográfico da Marvel. O quarteto se encontrou num hotel estereotípico de Los Angeles e se sentou do lado de fora ao lado da piscina. Estava “muito quente” e uma “mulher aleatória” estava se bronzeando ao lado. Depois de alguma conversa boba, Mackie recebeu as palavras enigmáticas que mudariam o trajeto da sua carreira.
“Eu nunca vou esquecer, Joe Russo disse, ‘Escute, estamos fazendo esse filme. Queremos que você esteja nele. Não podemos dizer qual personagem você será ou quem mais vai estar no filme. Você faria?’ E foi isso.” Mackie manteve sua calma. “Eu disse, ‘Quer saber, eu gosto de vocês, caras. Vou fazer. Vou entrar nessa jornada com vocês.”
Algumas semanas depois, Mackie descobriu que ele não seria o Príncipe T’Challa. Naquela época, ele achou que o Pantera Negra seria a única opção para um grande papel para um preto em um filme da Marvel. Ele definitivamente não pensou que terminaria como o parceiro do Capitão América, muito menos que eventualmente pegaria o escudo de estrelas e listras para ele.
“Qual outra figura de quadrinhos tem uma presença forte o suficiente para ter seu próprio filme? Então, quando eles me ligaram e falaram, “Ei, é o Sam Wilson’, eu disse, ‘Sério?’”
O resto é história de filmes de super herói. Mackie conseguiu seu papel emergente na sequência do Capitão América, um thriller político cheio de conspiração e ainda considerado por muitos como o auge do cinema no MCU. Além de quatro filmes depois desse, e então The Falcon and The Winter Soldier, um spin-off do Disney+ com sua co-estrela de longo prazo, Sebastian Stan. Agora, ele tem o papel principal em Captain America: Brave New World, anteriormente chamado de ‘New World Order’. Eu pergunto a Mackie sobre a recente troca de título, mas ele diz não saber: “Eu não faço ideia. Eles disseram, ‘Vamos mudar o título.’ E eu disse, ‘Ok, vamos fazer.’ E foi isso”
O quarto filme do Capitão América (no momento com data de lançamento para o dia 26 de julho de 2024) é algo grande para a Marvel. Não marca apenas o retorno de uma subfranquia, mas é a primeira vez que o estúdio vai passar o bastão de um de seus Vingadores originais para um novo ator em um filme.
Esse pode ser o quarto filme do Capitão América, mas é o primeiro com Anthony Mackie/Sam Wilson, seguindo uma trilogia de Chris Evans/Steve Rogers. Se funcionar, a Marvel pode seguir a mesma fórmula para personagens muito reconhecidos, como Homem de Ferro e Thor.
“A pressão é muito grande,” Mackie diz. “Você joga minha bunda estúpida na água e diz, ‘Nade’. Eu digo, ‘Por*a’. Mas ao mesmo tempo, é tudo sobre o seu estado mental. Me deram um grande elenco. Me deram um grupo ótimo de pessoas com quem já trabalhei antes.”
O Sam Wilson de Mackie não tem um elemento que define o Capitão América: super poderes. Sem força ou agilidade não naturais, Wilson terá que contar com cérebro mais do que força (junto de suas asas de jato e escudo de vibranium).
“É mais sobre sua habilidade de se conectar e aconselhar,” Mackie diz sobre seu Capitão América. “Ele não é tão rápido em começar uma luta como Steve Rogers era. Ter o super soro te torna invencível, então sua resposta para tudo é lutar. Enquanto Sam Wilson na verdade pode morrer bem fácil.”
Mackie aponta o histórico de Sam Wilson como um ex-piloto da Força Aérea que ajuda outros veteranos de guerra com seu traço de personalidade mais marcante. “Ele definitivamente tem a habilidade de, não apenas manipular, mas entender os defeitos de alguém. Dar palavras de encorajamento para que eles não sejam forçados a agir. O aspecto físico é seu último recurso.”
The Falcon and the Winter Soldier acaba com Sam Wilson interrompendo um ataque terrorista contra uma organização política suspeita, então mudando seu foco para os políticos, advertindo para que eles acordem e “façam melhor”. É mais urgente e mais passional do que a oração inspiracional e racional que o Steve Rogers de Chris Evans costumava entregar no clímax de seus filmes.
“Ele percebeu que sua habilidade não é mudar o mundo com força; é sobre dar às pessoas o reconhecimento que eles merecem para que possam fazer uma mudança,” Mackie diz. “Eu posso sair e bater nas pessoas o dia todo; não vai importar. As pessoas vão voltar e fazer as mesmas merdas.”
“Brave New World começa logo depois disso,” ele adiciona, “com Sam de volta ao questionamento de, Como eu me encaixo no mundo dos super heróis?”
Uma pessoa que definitivamente não está preocupada? Chris Evans. Quando eu pergunto via email o que faz Mackie especial, ele vem na sua forma de Capitão América: “Sua energia e versatilidade. Tanto como pessoa, quanto como ator,” Evans diz a Inverse. “Eu nunca o vi cansado, e não há nada que ele não possa fazer. Ele é um verdadeiro homem da Renascença.”
O filme Captain America: Brave New World faz algumas outras grandes mudanças. Para começo de conversa, temos um novo diretor em Julius Onah. Mackie diz que eles têm um entendimento em comum – “Nós concordamos em muitas coisas sobre o mundo ao nosso redor” – e elogia o entendimento do diretor no personagem e na história. Quanto a ação, ele não está preocupado.
“Todos os voos, CGI, e todas essas coisas. Vai acontecer.”
E então, há Harrison Ford, entrando como o Thunderbolt Ross (um amigo-inimigo de longa data do Capitão América) depois do falecimento do ator original, William Hurt, em 2022. Para Mackie, trabalhar ao lado de Ford é como um momento de círculo completo. Os dois apareceram juntos em Hollywood Homicide (um filme de ação e comédia de 2003 parcialmente esquecido) no qual Mackie tinha um pequeno papel. Agora, ele é a estrela. Não que isso tenha tornado tudo mais fácil.
“O primeiro dia foi tão intimidante,” Mackie diz. “Eu estava tão nervoso que não conseguia lembrar minhas falas. Ele é O Harrison Ford. Tem essa aura nele. Mas ele se livra disso bem rápido pois é um cara muito legal. Ele é tudo que uma estrela de cinema deve ser. Ele dizia, ‘Vamos gravar esse pedaço de merda.’ E então todo mundo dizia, ‘Sim, vamos filmar essa merda.’” Mackie não pode falar sobre as cenas específicas com Ford, mas ele nota que tem muitas delas. “Passamos um bom tempo juntos. Ross e Cap sempre tiveram essa relação, onde eles são amigos e se respeitam, mas sempre estão batendo cabeças. Essa é sua relação na história.”
Se Mackie tiver outro filme na Marvel depois desse, ele espera poder se reunir novamente com Chris Evans e Sebastian Stan. “Eu adoraria ver nós três nos envolvermos em uma situação com Hemsworth. Acho que nós quatro poderíamos causar tanto caos.” Sobre o que acontece depois com o multiverso da Marvel, Mackie não faz ideia assim como o resto de nós. Ou, pelo menos, ele diz não fazer. “Eu ainda estou tentando entender esse Marvel-verso, ou sei lá,” ele diz, se referindo ao conceito de multiverso que se tornou a força motriz nas história de super herói da Marvel e seus competidores. “Eu não sei. Eu não sei nem o que é o multiverso. Cara, eu não faço ideia do que é isso. Ainda estou tentando entender toda essa merda.”
Na época da nossa entrevista, os roteiristas de Hollywood estão em greve há 30 dias, e a Screen Actors Guild está pensando em se juntar a eles. O futuro da indústria parece tênue, e Mackie se exalta falando sobre isso.
“Quando os estúdios se tornaram públicos e foram comprados por grandes empresas, estávamos fodidos,” ele diz. “Não é mais sobre arte. Não é mais sobre trabalhos interessantes e divertidos. É sobre os lucros no final do quarto. É sobre os donos de ação. Então você está destruindo a indústria. É canibalismo.”
Pesando a possibilidade de uma greve de atores, Mackie não tem certeza do que esperar, mas uma coisa é clara: “É um show de horrores se fizermos greve.” O único caminho para frente, ele adiciona, é para os estúdios chegarem na mesa para negociar um acordo justo. “Eles vão ter que. A não ser que eles consigam um monte de Youtubers para fazer Vingadores 5!”
A posição de Mackie, no leme de uma aventura grande demais para falhar da Marvel, parece segura do futuro. Mas ele também investiu em formas menores de contar história. Logo antes da Covid, Mackie esteve no Museu Nacional dos Direitos Civis, em Memphis, Tennessee, quando viu uma pequena placa dedicada a Claudette Colvin, uma heroína pouco reconhecida do Movimento dos Direitos Civis. Em 1955, Colvin, uma garota preta de 15 anos, se recusou a dar seu assento num ônibus segregado. O caso foi para a Suprema Corte, mas os líderes do Movimento de Direitos Civis (incluindo Rosa Parks) não deram muita atenção à história porque Colvin estava grávida e não era casada. Depois, naquele mesmo ano, Rosa Parks deu início ao histórico boicote do ônibus em Montgomery depois de também se recusar a dar seu assento.
“Eu tinha escutado a história,” Mackie diz, “mas ela me chutou na cara de uma forma que, de vez em quando, tenho esses momentos de ‘Se lembre de onde você veio. Não fique preso nessas merdas de Hollywood.”
O resultado é Spark, uma história biográfica que será a estreia de Mackie como diretor, mas atrasos causados por tudo, desde a Covid-19, a greve de roteiristas, a agenda lotada de Mackie tem complicado a produção. Colvin, atualmente, tem 83 anos, e Mackie quer garantir que ela veja seu próprio filme. Se isso quer dizer deixar outra pessoa ser o diretor, ele diz estar OK com isso. “Não quero ser egoísta com a história dela.”
Mackie vê Spark como a chance de ajudar a crise de falta de papéis que merecem talento jovem preto. “Harry Potter não tinha amigos pretos,” Mackie diz. “Frodo andou pelo universo inteiro e nunca encontrou um cara negro. Eu quero ver Frodo na periferia, que se eu um dia fizer Saturday Night Live essa vai ser uma skit que vou fazer.”
Quando Mackie fala sobre seus sentimentos sobre produtores (“Eu nunca conheci um produtor justo na minha vida. Nunca. Não”), fica claro que o ator atingiu seu objetivo de não se perder nas merdas de Hollywood. Ele engatinhou de cabeça para dentro da máquina da Marvel sem deixar que isso o consuma, e enquanto ele está o mais longe possível de cínico sobre a franquia que fez sua carreira, ele não tem medo de morder a Manopla do Infinito que o alimenta.
“Ele não joga o jogo,” seu agente, Jason Spire, diz, “e mesmo assim é um participante ativo com uma carreira sólida.”
Para um cara que se recusa a jogar com as políticas de Hollywood, Mackie atingiu um nível surpreendente de sucesso, com aparentemente nenhum caminho além de subir cada vez mais. Talvez isso seja pelo seu entusiasmo para tudo, de robôs boxeadores até a margarita perfeita. Ou talvez seja sua perspectiva clara de uma indústria que está mudando mais rápido do que nunca. Mas tem algo puro radiando por baixo da superfície, e quando eu consigo fazer com que Mackie fale sobre a arte de atuar, sua paixão se sobressai por qualquer cinismo sobre a indústria e as pessoas que a controlam.
“Nosso trabalho é sempre retornar a nossa infância,” ele diz, “quando podíamos pegar um graveto e dizer, ‘Ei, isso é uma espada. Estou lutando com um dragão.’ É tudo faz de contas, mas quando você diz, quando você está nisso, você tem que acreditar.”
Confira o ensaio fotográfico para a Inverse na nossa galeria:
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